Nesta quarta-feira (09) o presidente norte-americano, Donald Trump afirmou que vai anunciar entre hoje e amanhã novas tarifas ao Brasil.
“O Brasil, por exemplo, não tem sido bom para nós, nada bom”, disse o republicano a repórteres em um evento com líderes da África Ocidental na Casa Branca.
“Vamos divulgar um dado sobre o Brasil, acredito, no final desta tarde ou amanhã de manhã.”
O republicano começou a enviar nesta quarta-feira sua segunda leva de cartas para notificar parceiros comerciais. Ele definiu tarifas mínimas sobre produtos importados, que variam entre 25% e 40%, a depender do país, com validade a partir de 1º de agosto. Países como Argélia, Brunei, Iraque, Líbia, Moldávia, Sri Lanka e Filipinas estão entre as nações atingidas por tarifas anunciadas hoje.
Os EUA e seus parceiros comerciais vêm negociando novos acordos comerciais desde que Trump anunciou as chamadas tarifas “recíprocas” em abril. No entanto, desde então, poucos acordos se concretizaram: um com o Vietnã e um com o Reino Unido, além do avanço nas tratativas com a China.
Ao falar sobre a alteração das tarifas para produtos importados do Brasil, Trump afirmou que as novas taxas anunciadas se baseiam em “fatos muito, muito substanciais” e em um “histórico anterior”. Mas apesar do argumento de Trump de que a aplicação de tarifas busca corrigir a balança comercial norte-americana, dados do Ministério do Desenvolvimento mostram que o Brasil tem registrado déficits comerciais seguidos com os EUA desde 2009 — ou seja, há 16 anos.
Ao longo desse período, as vendas americanas ao Brasil superaram suas importações em US$ 88,61 bilhões (equivalente a R$ 484 bilhões na cotação atual). Leia mais aqui.
Por isso, analistas apontam que a postura de Trump com as tarifas tem um forte componente geopolítico, com o objetivo de ampliar seu poder de barganha nas relações internacionais.