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Trump mira integrantes do Programa Mais Médicos com novas sanções

O contrato com cubanos para conseguir preencher vagas SUS foi “um golpe diplomático inconcebível”, alega secretário de estado dos EUA.

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O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (13/08) a revogação dos vistos americanos de Mozart Júlio Tabosa Sales, secretário do Ministério da Saúde do Brasil, e Alberto Kleiman, um ex-funcionário do governo brasileiro.

A decisão foi revelada pelo secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio. Ele disse que o programa Mais Médicos, em que o governo federal brasileiro contratou cubanos para conseguir preencher vagas no Sistema Único de Saúde (SUS), foi “um golpe diplomático inconcebível”.

A contratação de médicos cubanos pelo Mais Médicos ocorreu entre 2013 e 2018 .

Ao falar do Mais Médicos, o governo Trump diz que Mozart Sales e Alberto Kleiman “usaram a OPAS como intermediária com a ditadura cubana para implementar o programa sem seguir os requisitos constitucionais brasileiros, driblando as sanções dos EUA a Cuba e, conscientemente, pagando ao regime cubano o que era devido aos trabalhadores médicos cubanos”. “Esse esquema enriquece o corrupto regime cubano e priva o povo cubano de cuidados médicos essenciais. (…) Dezenas de médicos cubanos que atuaram no programa relataram ter sido explorados pelo regime cubano como parte do programa”, argumenta o documento.

Os atingidos pelas sanções: 

Mozart Júlio Tabosa Sales é secretário de Atenção Especializada à Saúde. Ele é médico formado pela Universidade de Pernambuco, com residência em Clínica Médica, especialização em Medicina Legal e doutorado em Saúde Integral pelo Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip). Servidor concursado do Hospital Universitário Oswaldo Cruz desde 1999, também é médico legista do Instituto de Medicina Legal de Pernambuco. Na vida pública, foi vereador do Recife entre 2004 e 2008 e presidente da Comissão de Saúde da Câmara Municipal. No governo federal, ocupou cargos como assessor e chefe de gabinete no Ministério da Saúde e, entre 2012 e 2014, foi secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde.

Nesse período, participou da criação do programa Mais Médicos, lançado no governo Dilma Rousseff.

Alberto Kleiman é diretor da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) para a COP 30. Até setembro de 2024, ele estava diretamente envolvido na organização do evento, na Secretaria Extraordinária para a COP 30, vinculada à Casa Civil. Kleiman trabalhou na área de Relações Internacionais em diferentes gestões do PT na Prefeitura de São Paulo e na Presidência da República, até chegar ao Ministério da Saúde, em abril de 2012, durante o governo Dilma Rousseff.

Segundo seu perfil em uma rede social, ele permaneceu à frente do Departamento Internacional da pasta até janeiro de 2015.

A investigação do governo Trump sobre a Opas e seu papel no programa Mais Médicos começou já no primeiro mandato do republicano. Em 2020, o então secretário de Estado americano, Mike Pompeo, exigiu que a Opas esclarecesse seu envolvimento no envio de médicos cubanos ao Brasil. Assim como Marco Rubio, Pompeo também acusou a organização de “facilitar o trabalho forçado” de médicos cubanos por meio do programa.

Além disso, Pompeo afirmou na ocasião que a administração Trump cobraria prestação de contas “de todas as organizações internacionais de saúde que dependem de recursos de contribuintes americanos”.

O programa Mais Médicos foi criado em 2013 pelo então governo Dilma Rousseff (PT) para levar profissionais de medicina às periferias das grandes cidades e a municípios do interior. A maioria desses profissionais era de Cuba, fruto de uma parceria do governo brasileiro com a Organização Panamericana de Saúde (Opas), escritório regional da Organização Mundical de Saúde (OMS).

No governo Jair Bolsonaro (PL), o Ministério da Saúde trocou o nome do programa para “Médicos pelo Brasil”.

Relançado em 2023, o Mais Médicos conta hoje em dia com cerca de 24,7 mil médicos atuando em 4,2 mil municípios. No edital mais recente, 3.173 médicos selecionados iniciaram suas atividades em 1.618 municípios e 26 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs) no início de julho de 2025.

O programa prioriza médicos brasileiros registrados no CRM, brasileiros formados no exterior e estrangeiros habilitados.