O Brasil registrou a primeira patente de uma plataforma para vacinas feitas de RNA mensageiro. Isso vai reduzir custos no desenvolvimento de imunizantes no país. A tecnologia que permitiu a produção de vacinas em tempo recorde na pandemia agora tem sua versão 100% brasileira.
O projeto foi desenvolvido no laboratório de Biomanguinhos, na Fiocruz, que registrou a patente de uma plataforma de vacinas de RNA mensageiro. Uma molécula capaz de transmitir informações genéticas para as células. Os cientistas pegam uma parte do código genético do vírus ou de outro agente causador de doenças e colocam dentro do RNA mensageiro. Quando alguém recebe a vacina, ela transmite para as células a mensagem necessária para que o organismo produza uma proteína. É isso que desencadeia a produção de anticorpos. E assim, se o vírus verdadeiro aparecer, o corpo já vai estar treinado para combatê-lo.
Os pesquisadores da Fiocruz conseguiram desenvolver o RNA mensageiro e uma molécula de gordura que o envolve, de uma forma diferente de como são produzidos por outros laboratórios no mundo.
Com essa tecnologia, o Brasil poderá desenvolver vacinas sem necessidade de pagar royalties a outros países. Com a plataforma, os cientistas passam a ter uma base pronta de tecnologia e produção. Isso significa que não é necessário começar do zero a cada nova vacina. O que muda é a “informação genética” que vai ser usada para combater cada doença.