A cada dois dias e meio, em média, uma pessoa é presa no Estado do Rio por descumprir medidas protetivas expedidas pela Justiça que beneficiam mulheres vítimas de violência doméstica e ajudam a evitar feminicídios.
A estatística foi feita pela Patrulha Maria da Penha — Guardiões da Vida, programa da Polícia Militar que já atendeu mais de cem mil mulheres desde que foi criado há seis anos.
Neste período, foram feitas 881 prisões, a maioria em flagrante, de pessoas que se recusaram a obedecer a este tipo de decisão judicial.
A Campanha Agosto Lilás, que termina neste domingo (31), foi criada por lei federal em 2022, para conscientizar a sociedade sobre a violência contra a mulher.
Dados da central de emergência 190 da PM do Rio mostram que, em 2024, a maioria das agressões contra mulheres ocorreu aos sábados, aos domingos e às segundas-feiras.
As moradoras da capital foram as que mais denunciaram ter sofrido violência doméstica no período. A maior parte das vítimas foi agredida entre 19h e meia-noite.
O levantamento revela ainda que a maioria das mulheres atendidas no programa é negra (46%). As brancas são 30,1%. Já o perfil etário mostra que a faixa mais atingida tem de 30 a 49 anos.
Em parceria com o Tribunal de Justiça do Rio, o Ministério Público e a Defensoria Pública, o programa tem o objetivo de fiscalizar o cumprimento de medidas protetivas, como a proibição do agressor de se aproximar ou de manter contato com as vítimas.
Das 105.969 mulheres atendidas, 88.800 foram inseridas na Patrulha Maria da Penha para receber algum tipo de acompanhamento permanente, como visitas ou contatos periódicos de policiais. As mulheres assistidas também podem acionar a polícia por um aplicativo de conversa.