Em depoimento à CPI do INSS, o ex-ministro da Previdência Carlos Lupi (PDT) disse que o governo já acompanhava possíveis irregularidades nos descontos em aposentadorias e pensões desde 2023, a partir de denúncias que chegavam à pasta. Ele afirmou não ter sido omisso no caso, mas afirmou que só entendeu a real dimensão das fraudes após o avanço das investigações da Polícia Federal.
O presidente do PDT é um dos principais alvos da CPI porque estava à frente do ministério quando o escândalo foi revelado. Foi sob sua gestão, nos anos de 2023 e 2024, que os descontos associativos se multiplicaram.
“A gente, infelizmente, não tem o poder da adivinhação. Nunca tivemos capacidade de dimensionar o tamanho ou o volume do que esses criminosos fizeram no INSS. Foi só depois da investigação para valer, da PF”, afirmou, ao ser indagado pelo relator da Comissão Parlamentar de Inquérito, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), sobre quando teve conhecimento do esquema.
O ministro disse que nunca acobertou fraudes. “Errar é humano; eu posso ter errado várias vezes. Má-fé eu nunca tive. Acobertar desvios, nunca fiz na minha vida — declarou”.
No seu depoimento, Lupi foi questionado sobre alertas feitos ainda em junho de 2023 sobre fraudes. Reconheceu, por exemplo, reconheceu que o tema foi mencionado pela conselheira Tonia Galletti durante reunião do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), mas negou omissão. Segundo ele, mesmo não sendo pauta oficial do encontro, medidas foram adotadas.
Lupi foi ministro da Previdência entre 2023 e 2025 e estava à frente da pasta quando o escândalo de descontos a aposentadorias e pensões foi descoberto. Ele pediu demissão do cargo em maio deste ano após operação.
Na sua fala, em reconheceu que uma norma editada pelo INSS em 2024 para estabelecer critérios para os descontos de mensalidades associativas nos benefícios previdenciários não surtiu o efeito esperado pelo governo.