Detida em uma penitenciária da Itália, a deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) participou nesta quarta-feira (10/09), por videoconferência, de uma reunião na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.
A audiência, que marcou o início da análise de um processo que pode confirmar a perda do mandato da parlamentar, registrou trocas de acusações entre Zambelli e o hacker Walter Delgatti.
Carla Zambelli e Delgatti foram condenada à prisão, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), por uma invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Não há mais recursos.
Os dois participaram da audiência de forma remota. Delgatti falou diretamente de uma sala no presídio de Tremembé, onde cumpre pena. A deputada, por sua vez, obteve autorização da Justiça da Itália para participar remotamente da reunião.
Zambelli foi autorizada a fazer perguntas a Delgatti. Na primeira oportunidade, a deputada rebateu acusações do hacker e o acusou de estar mentindo. Em sua fala inicial, Walter Delgatti afirmou que a invasão aos sistemas do CNJ ocorreram a pedido da deputada e que ele teria se hospedado na casa da parlamentar, em Brasília. Segundo ele, Carla Zambelli “exerceu o comando direto sobre os crimes”.
A deputada afirmou que todo o processo ao qual foi condenada se baseia em uma espécie de “disse-me-disse”. Um dos pontos investigados na ação, que trata da inserção de mandados de prisão falsos em um sistema do CNJ, foi questionado por Zambelli.
Segundo ela, a versão do hacker, que diz que ela teria determinado a inclusão dos documentos, é mentirosa.
Carla Zambelli foi condenada a 10 anos de prisão por participar de uma invasão hacker ao sistema do Conselho Nacional de Justiça, em maio deste ano. A deputada deixou o Brasil no final do mesmo mês e está em uma prisão de Roma.