Bandidos armados com pistolas e fuzis invadiram o Hospital municipal Pedro II, na Zona Oeste do Rio, na madrugada desta quinta-feira. Oito homens armados, que seriam ligados à milícia e estavam encapuzados, renderam os seguranças às 2h40 e foram para o centro cirúrgico, onde acreditavam que Lucas Fernandes Alegado, que sofreu uma tentativa de homicídio e levou nove tiros, estava sendo operado.
O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, relatou a gravidade da situação: “Eles entraram atrás de um paciente que foi baleado, tentando executá-lo. Foram até o centro cirúrgico mas ele já havia descido para a enfermaria. Essa situação é muito crítica, porque os bandidos não respeitam mais os hospitais. Isso está acontecendo todo dia: neste ano, houve mais de 500 interrupções nas nossas unidades. Está cada vez mais difícil conter essas ações, e o risco durante as operações aumenta muito. Já havia acontecido outra invasão desse tipo. Inclusive, o terreno ao lado também foi dominado pela milícia, que está cobrando dos pacientes e dos funcionários para estacionar. A equipe médica sabia que o rapaz que deu entrada tinha sofrido uma tentativa de homicídio”, disse o secretário.
Quem estava no hospital viveu momentos de pânico durante a invasão. Uma ambulância, escoltada por carros da polícia, passou pela Avenida Brasil após deixar o Pedro II com Lucas, na manhã quinta-feira. O comboio vai em direção ao Hospital municipal Souza Aguiar, no Centro, onde Lucas ficará internado.
A Polícia Militar foi para o local e reforça a segurança.
O Pedro II tem dez andares e 332 leitos, distribuídos entre serviços de emergência, UTIs adulta, pediátrica e neonatal, maternidade, clínica médica, cirurgia-geral e bucomaxilofacial, neurocirurgia, psiquiatria, pediatria e ortopedia. O hospital realiza também exames de imagem (raio X, tomografia, ultrassonografia, eletrocardiografia e ecocardiografia) e análises laboratoriais.