De acordo com um estudo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), as praias de Copacabana, Ipanema e Leblon podem perder a maior parte da sua faixa de areia até o fim do século. A pesquisa estima um aumento médio de 78 centímetros no nível do mar na região da Baía de Guanabara diante dos efeitos das mudanças climáticas. As informações são do Estado de São Paulo.
O resultado encontrado está na média global do aumento do nível do mar, que varia entre 28 e 98 centímetros, segundo o Quinto Relatório de Avaliação do IPCC, painel das Nações Unidas que reúne cientistas que analisam a crise climática. O governo estadual afirma monitorar os impactos climáticos e prevê medidas para a adaptação do ecossistema local aos impactos.
Segundo Raquel Toste, pesquisadora do Laboratório de Métodos Computacionais em Engenharia da UFRJ e uma das autoras do artigo, explicou ao jornal “Estadão”, Copacabana pode perder cerca de 100 metros de faixa de areia, enquanto Ipanema e Leblon devem encolher aproximadamente 80 metros cada.
O estudo utilizou um cenário considerado “não catastrófico”. No ano passado, um relatório da Unesco – órgão das Nações Unidas voltado para a educação – apontou que a taxa de aquecimento dos oceanos dobrou em 20 anos, atingindo em 2023 um dos maiores avanços desde 1950. O aumento do nível do mar é uma das consequências diretas desse aquecimento.
A Secretaria Estadual de Ambiente do Rio afirma acompanhar estudos sobre mudanças climáticas e seus efeitos no território nacional e estadual, promovendo discussões científicas sobre a pauta. Afirma ainda que está elaborando planos de Adaptação e Descarbonização/Mitigação a partir do Programa Rio Clima, em parceria com a UFRJ. A secretaria diz que está desenvolvendo o Centro Integrado de Gestão da Baía de Guanabara, que reunirá uma equipe técnica para coleta de dados, análise, engajamento social e apoio à tomada de decisão do governo.