O presidente da CPI do INSS, senador Carlos Viana (Podemos-MG), determinou a prisão em flagrante do empresario Rubens Oliveira Costa, ligado a Antônio Carlos Camilo, conhecido como Careca do INSS, pelo crime de falso testemunho durante a sessão desta segunda-feira.
Viana também atendeu a um pedido feito pelo relator do colegiado, o deputado Alfredo Gastar (União-AL), e considerou o crime de ocultação de documentos à CPI, já que Gaspar se negou a fornecer detalhes e teria, segundo os parlamentares, mentido sobre levantamentos bancários já fornecidos pela Polícia Federal à CPI.
Costa deixou a sessão acompanhado por policiais legislativos. Ele foi encaminhado para a sede da Polícia Federal, onde passou a noite e, nesta terça, deve passar por uma audiência de custódia onde pode ser definido um valor para a sua fiança.
A sessão
A sessão da CPMI do INSS, que começou na tarde desta segunda-feira (22/09), ficou marcada por vários momentos em que o depoente foi alertado pelo risco de prisão.
Logo no começo, Rubens não quis se comprometer em dizer a verdade diante da CPMI, mas foi persuadido pelo presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG), a concordar com o termo para dizer a verdade e ficar calado para tudo o que julgar que poderia incriminá-lo.
Durante a sessão, Viana ainda realizou outras interrupções e suspendeu a oitiva para conversar com a defesa e os demais membros da mesa para pedir maior colaboração de Costa com os parlamentares que estavam fazendo as inquirições.
Ao fim de sua fala, o relator afirmou que suspenderia as perguntas por entender que era “infrutíferas”, em função do habeas corpus recebido por Costa, e propôs à CPMI um pedido de prisão cautelar contra o depoente.
Gaspar ainda apontou que Rubens Costa movimentou, como procurador, mais de R$ 350 milhões nas contas correntes das empresas em que atuava como diretor financeiro.
Quem é?
Rubens Oliveira Costa, 57 anos, afirmou que prestava serviços de “gestão administrativa e financeira, na avaliação de empresas, no gerenciamento de projetos, atendendo as empresas de diversos segmentos de mercado, em especial micro e pequenas empresas”
Além disso, Rubens confirmou que atuou como diretor financeiro de várias empresas ligadas a Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, onde a CPI constatou que ele teve procuração para operar as contas bancárias, que movimentaram milhões de aposentadorias do INSS
O depoente também aparece como diretor de empresas ligadas a Thaisa Hoffmann Jonasson, companheira do ex-procurador do INSS, Virgilio Ribeiro de Oliveira Filho, apontado também como um dos articuladores do esquema. E também manteve sociedade com o ex-diretor de Governança do INSS, Alexandre Guimarães.