A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que não há ligação comprovada de que o paracetamol ou as vacinas provoquem autismo. A declaração ocorreu após o presidente Donald Trump dizer o contrário.
O presidente dos EUA afirmou, na segunda-feira (22/09), no Salão Oval, em Washington D.C., que as mulheres devem limitar o uso de Tylenol (cujo princípio ativo é o paracetamol) durante a gravidez, a menos que seja “clinicamente necessário”. Segundo o presidente americano, o princípio ativo teria relação a um possível desenvolvimento do Transtorno do Espectro Autista (TEA) nos bebês.
Além de ter falado sobre o Tylenol, Trump negou a eficácia das vacinas, o que foi negado pela OMS. “Alguns estudos observacionais sugeriram uma possível associação entre a exposição pré-natal ao paracetamol e o autismo, mas as evidências permanecem inconsistentes”, disse o porta-voz da OMS, Tarik Jasarevic, em coletiva de imprensa quando questionado sobre as declarações de Trump.
O Ministério da Saúde também divulgou nesta terça-feira, (23/09), uma nota reafirmando que não existe qualquer relação entre o uso de paracetamol e o desenvolvimento do Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Paracetamol e acetaminofeno são recomendados para gestantes para aliviar dores ou febre. Outros medicamentos, como aspirina ou ibuprofeno, são contra indicados, especialmente no final da gravidez.
Além de desmentir a informação, o Ministério da Saúde reforçou medidas voltadas ao cuidado das pessoas com TEA. Neste mês, a pasta anunciou novas diretrizes para diagnóstico precoce e acolhimento das famílias.
Todas as crianças entre 16 e 30 meses deverão ser avaliadas em consultas de rotina da atenção primária. O procedimento será feito com o teste M-Chat, já disponível na Caderneta Digital da Criança e no prontuário eletrônico E-SUS. Caso sejam identificados sinais de autismo, os profissionais de saúde poderão orientar os familiares e iniciar estímulos adequados antes mesmo do diagnóstico fechado.
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