Dados da Secretaria municipal de Saúde do Rio mostram que, até a semana passada, os hospitais de urgência e emergência da rede atenderam 20.775 vítimas de acidentes com moto — uma média de 80 casos por dia somente nas unidades da prefeitura. Os números representam uma alta de 60% em relação ao mesmo período do ano passado.
Com o crescimento, o Rio precisou aumentar a capacidade de atendimento de traumas. O Hospital municipal Barata Ribeiro, na Mangueira, abriu um setor com 25 vagas para receber vítimas de trânsito. No Hospital Federal do Andaraí, administrado pela prefeitura, são mais 27 leitos praticamente exclusivos. Segundo o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, em 2024 o município gastou R$ 130 milhões no tratamento de motociclistas acidentados.
“Hoje, 40% das cirurgias ortopédicas de urgência e emergência estão ligadas a acidentes de trânsito, sendo que, desses, 82% envolvem moto. É um aumento exponencial jamais visto”, diz ele.
A prefeitura ainda faz um alerta para um problema observado pelos profissionais de saúde: além da falta de capacete e da alta velocidade, o uso do celular tem contribuído para causar mais acidentes.
Esses atendimentos acabam impactando outra estatística: 57 pessoas vítimas de acidentes de trânsito sofreram amputações no ano passado na rede municipal. Já a violência armada foi a causa de dez amputações.
Na Linha Amarela, uma das principais vias expressas do Rio, nos primeiros oito meses do ano foram registrados 403 acidentes com motociclistas — 30% a mais do que no mesmo período do ano anterior. Segundo a concessionária Lamsa, ocorreram três mortes.
Outro dado alarmante no trânsito do Rio é o de atropelamentos: em seis meses, foram 1.219 vítimas, de acordo com o Instituto de Segurança Pública do Rio (ISP). O número representa, no entanto, uma queda de 15% em relação ao primeiro semestre do ano passado.