A Polícia Federal apura uma fraude na expedição de alvarás para pagamento de beneficiários de ações trabalhistas na 2ª Vara do Trabalho de Nova Iguaçu, no TRT-RJ. O caso levou à exoneração do diretor da vara, ao afastamento do juiz titular e da assistente, e à nomeação de uma juíza interventora para regularizar os pagamentos. O Tribunal informou que as irregularidades foram constatadas pela Corregedoria e que as investigações estão em sigilo.
Segundo apuração do g1, parte dos valores desviados estava vinculada a processos encerrados cujos pagamentos não chegaram aos beneficiários corretos. O TRT-RJ estima, com base em informações preliminares, que os desvios possam chegar a R$ 14 milhões, mas o valor ainda não foi confirmado oficialmente.
A juíza interventora Mônica do Rêgo Barros Cardoso passou a supervisionar a emissão de alvarás e deve elaborar relatórios mensais para a Corregedoria. O afastamento e a exoneração têm o objetivo de preservar a atividade jurisdicional e garantir a apuração completa dos fatos. A investigação corre em paralelo à atuação do Ministério Público Federal e da Polícia Federal.
Essa não é a primeira ocorrência de fraude no TRT-RJ: em 2022, desvios de cerca de R$ 4 milhões foram registrados na 80ª Vara do Trabalho da capital. Na ocasião, a irregularidade envolveu uso fraudulento de certificados digitais, mas não houve participação de magistrados ou servidores. As autoridades reforçam que não há relação direta entre os dois casos.