Um estudo do Climate Policy Initiative (CPI/PUC-Rio) divulgado nesta segunda-feira (13) aponta que a restauração de florestas tropicais pode gerar até US$ 100 bilhões anuais para países tropicais. A proposta, chamada Mecanismo de Reversão de Desmatamento (RDM), prevê pagamentos por resultados de restauração florestal, incentivando financeiramente a recuperação de áreas degradadas.
O levantamento indica que o RDM pode gerar mais de US$ 5 mil por hectare restaurado e remover até 2 GtCO₂ por ano. Na Amazônia, a aplicação do mecanismo poderia reverter o cenário atual, capturando 18 GtCO₂ em 30 anos e gerando cerca de US$ 30 bilhões anuais em receitas, mostrando-se mais lucrativa que atividades de baixa produtividade, como a pecuária.
O mecanismo se diferencia de iniciativas como REDD+ ao focar na restauração em escala, em vez de apenas prevenir o desmatamento. Os pagamentos são feitos com base na quantidade de carbono capturado e gerenciados por fundos destinados à restauração, prevenção de queimadas e desenvolvimento socioeconômico das comunidades locais.
O estudo destaca que os países tropicais analisados, somando 1,27 bilhão de hectares de florestas, armazenam cerca de um terço das emissões históricas globais de CO₂. A restauração dessas áreas desde 2001 poderia recapturar até 49 GtCO₂, reforçando o potencial econômico e climático da iniciativa.