A família de Gilberto Gil entrou com ação na Justiça do Rio de Janeiro contra o padre Danilo César, da paróquia São José em Campina Grande (PB), após comentários feitos em homilia que ironizaram Preta Gil e religiões afro-brasileiras. A homilia, transmitida ao vivo dias após a morte da cantora em julho, descreveu orixás como “forças ocultas” e questionou seu poder, gerando acusações de intolerância religiosa.
O processo envolve Gilberto Gil, sua esposa Flora, os filhos Nara, Marília, Bela, Maria, Bem e José, e o neto Francisco, pedindo R$ 370 mil em indenização por danos morais. A ação destaca que o discurso foi amplamente compartilhado nas redes sociais, provocando uma “onda de racismo religioso e intolerância” contra a família e admiradores da cantora.
Antes de recorrer à Justiça, a família enviou notificação à Diocese de Campina Grande solicitando retratação e punição ao padre, sem resposta. O caso reacende o debate sobre discursos de ódio disfarçados de pregação e a responsabilização de líderes religiosos por incitar discriminação.
A decisão da Justiça fluminense definirá se o padre e a diocese responderão solidariamente pelos danos morais alegados.