A cidade do Rio de Janeiro vive um cenário alarmante de furtos e roubos de celulares. De janeiro a agosto deste ano, 36.158 aparelhos foram levados das mãos dos cariocas, segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP). É o maior número desde o início da série histórica, em 2003, o que significa, em média, 148 ocorrências por dia — um caso a cada dez minutos.
Para quem circula pelas áreas mais movimentadas da capital, a insegurança se tornou parte da rotina. As regiões do Centro e da Lapa lideram o ranking de ocorrências, com 2.984 registros nos primeiros oito meses do ano. Na sequência vêm Catete, Flamengo e Glória (2.494), na Zona Sul, e a Barra da Tijuca, Joá e Itanhangá (1.990), na Zona Sudoeste
Entre os casos mais comuns estão os ataques de criminosos em motocicletas — que abordam pedestres para roubar o celular e exigir o desbloqueio — e as ações de falsos entregadores de aplicativo, que surpreendem as vítimas na porta de casa.
Crescimento acelerado e perfil das ocorrências
O ISP aponta que, em relação a agosto de 2024, o número de furtos cresceu 40% e o de roubos, 20%. Foram 3.915 furtos e 2.168 roubos neste ano, ante 2.797 e 1.808, respectivamente, no mesmo período do ano passado.
Os furtos — crimes sem uso de força ou ameaça — somaram 24.222 registros entre janeiro e agosto, mais que o triplo dos 7.647 casos de 2015. Já os roubos, com emprego de violência ou grave ameaça, atingiram 11.936 registros, mais que o dobro de dez anos atrás.
A Polícia Militar afirma manter “atuação permanente” no enfrentamento desse tipo de crime, com patrulhamento ostensivo, uso de tecnologia e operações conjuntas com outras forças de segurança. Segundo a corporação, o policiamento é planejado com base nos registros de ocorrência e na troca de informações entre os batalhões.
A Polícia Civil realiza, desde maio, realiza a “Operação Rastreio”, voltada ao combate de toda a cadeia criminosa relacionada ao roubo e à receptação de celulares. A ação já resultou na recuperação de mais de 5.700 aparelhos, 390 prisões e 1.500 devoluções aos donos.
A corporação acrescenta que atua em conjunto com a PM e reforça a importância de as vítimas registrarem boletim de ocorrência, informando o número do IMEI, código que permite rastrear os aparelhos recuperados.