Uma pesquisa do Datafolha, divulgada nesta quinta-feira (16/10) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, revela que ao menos 28,5 milhões de brasileiros vivem em bairros com presença de facções criminosas ou milícias. O número corresponde a 19% da população com 16 anos ou mais, um aumento expressivo em relação aos 14% registrados em 2024.
O levantamento ouviu 2.007 pessoas em 130 municípios entre os dias 2 e 6 de junho. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. O objetivo foi medir a percepção da população sobre o crime organizado, além de temas como roubos, agressões e golpes financeiros.
Os dados mostram que o domínio de grupos criminosos é mais comum em capitais e cidades com mais de 500 mil habitantes, especialmente na região Nordeste. A pesquisa também revela diferenças por faixa de renda e cor: 23% dos que se declaram pretos relataram viver em áreas com presença de facções, contra 13% dos brancos.
O levantamento apontou ainda que 16% dos entrevistados já presenciaram abordagens violentas da Polícia Militar, sendo os jovens de 16 a 24 anos os mais expostos — 25% deles disseram ter visto esse tipo de ação.
Outros dados preocupantes aparecem na pesquisa: 8% dos entrevistados, o equivalente a 13,4 milhões de pessoas, afirmaram ter parentes ou conhecidos desaparecidos, número mais alto entre as classes D e E.
O aumento de indicadores relacionados ao crime e à violência reforça, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a necessidade de políticas integradas de segurança e cidadania, especialmente em áreas vulneráveis.