Um relatório da Ouvidoria-Geral da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro aponta uma série de violações de direitos durante a megaoperação policial realizada nos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte. A ação, que mobilizou cerca de 2.500 agentes civis e militares, foi marcada por denúncias de abusos, agressões e buscas ilegais.
O documento relata que moradores tiveram casas revistadas sem mandado judicial, foram impedidos de sair para trabalhar e que pessoas que passaram mal não receberam socorro imediato. Um dos casos mais graves envolve uma mulher grávida, que teria sido agredida após questionar a exigência de mostrar o celular a policiais.
Na Penha, há relatos de uso de bombas, granadas e drones lançando explosivos sobre residências. Já no Alemão, moradores denunciaram disparos em áreas residenciais, tiros vindos de helicópteros e até incêndios provocados por agentes para forçar suspeitos a deixar imóveis.
Vídeos enviados à Defensoria mostram agressões dentro de casas e uma senhora que sofreu infarto, socorrida apenas após a intervenção do órgão. Todas as imagens e depoimentos serão encaminhados ao Núcleo de Direitos Humanos da Defensoria Pública e ao Ministério Público do Rio, que deverão apurar os casos.
Segundo a Ouvidoria, a Defensoria atua como canal entre os moradores e a Justiça, acompanhando grandes operações policiais e colhendo denúncias para garantir a responsabilização de eventuais abusos e a proteção dos direitos humanos nas comunidades afetadas.






