A polícia francesa prendeu cinco novos suspeitos, incluindo o principal investigado, pelo roubo das joias da coroa francesa no Museu do Louvre, ocorrido no dia 19 de outubro. A informação foi confirmada pela promotora Laure Beccuau e divulgada pela Agence France-Presse (AFP) na noite desta quarta-feira (29).
“Ele já estava no nosso radar”, afirmou a promotora sobre o principal suspeito. Com as novas prisões, subiu para sete o número de detidos relacionados ao caso. Dois dos envolvidos haviam sido presos no sábado (25) e formalmente acusados por roubo organizado e associação criminosa.
Apesar do avanço nas investigações, as joias da coroa ainda não foram recuperadas. O conjunto roubado é avaliado em 88 milhões de euros — o equivalente a mais de R$ 550 milhões. Segundo Beccuau, as peças “são invendáveis” e qualquer pessoa que tentar negociá-las cometerá crime de receptação.
O crime cinematográfico
A invasão ao Louvre ocorreu por volta de 9h30 da manhã, em plena luz do dia. Os ladrões usaram um guindaste acoplado a um caminhão para alcançar uma janela da Galeria de Apolo, onde estavam as joias.
Em apenas sete minutos, quebraram as vitrines, recolheram as peças e fugiram de moto com a ajuda de cúmplices.
O DNA dos suspeitos foi encontrado tanto na câmara de vidro que guardava as joias quanto em uma das scooters usadas na fuga, segundo a promotoria. As autoridades acreditam que ao menos quatro pessoas participaram diretamente do roubo, mas não descartam envolvimento de mais integrantes.
Falha de segurança e reação na França
A diretora do museu, Laurence des Cars, reconheceu uma “falha terrível” no sistema de segurança: as câmeras não cobriam a janela por onde os criminosos entraram.
O Museu do Louvre, o mais visitado do mundo, ficou fechado por três dias e reabriu sob vigilância armada reforçada.
O roubo gerou indignação nacional e levou o governo francês a reunir os ministérios da Cultura, do Interior e da Justiça para discutir novas medidas. O ministro da Justiça, Gérald Darmanin, classificou o caso como “deplorável” e reconheceu: “falhamos”. Já o presidente Emmanuel Macron prometeu “recuperar as joias e punir os responsáveis”.
As peças levadas
Entre os itens roubados, estão:
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Coroa da imperatriz Eugênia, com 1.354 diamantes e 56 esmeraldas (parcialmente recuperada, porém danificada);
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Coroa com safiras e 2.000 diamantes;
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Colar da rainha Maria Amélia, com oito safiras do Sri Lanka e mais de 600 diamantes;
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Colar e brincos da imperatriz Maria Luisa, com 32 esmeraldas e 1.138 diamantes;
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Broche da imperatriz Eugênia, com 2.634 diamantes, avaliado em € 6,72 milhões.
O item mais valioso do acervo, o diamante Regent, de 140 quilates, avaliado em US$ 60 milhões, não foi levado.






