O Ministério da Justiça finalizou o plano para transferir dez líderes do Comando Vermelho (CV) que, segundo a polícia, ordenaram bloqueios e represálias no Rio de Janeiro após a megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha, na última terça-feira (28).
As transferências, solicitadas pelo governo estadual à Vara de Execuções Penais (VEP), ainda aguardam autorização judicial, mas a Secretaria Nacional de Política Penitenciária (Senappen) já definiu a dispersão dos presos entre os cinco presídios federais de segurança máxima — Brasília, Porto Velho (RO), Mossoró (RN), Campo Grande (MS) e Catanduvas (PR).
O objetivo é quebrar a cadeia de comando e impedir articulações dentro do sistema prisional, segundo fontes do ministério. Embora as unidades mantenham celas individuais e controle rigoroso, haverá rodízio periódico dos detentos para evitar vínculos ou coordenação interna.
A estratégia já foi usada em 2024, quando chefes de facções foram removidos em operação sigilosa envolvendo quase cem policiais penais. O Rio de Janeiro tem hoje 58 presos no sistema federal, incluindo Fernandinho Beira-Mar e Marcinho VP, transferidos em rodízio no ano passado.
Entre os dez presos de Bangu 3, quatro já passaram por presídios federais, mas voltaram por decisões judiciais. Entre eles estão My Thor, que passou 15 anos em Catanduvas e foi flagrado com celulares comandando o tráfico, e Naldinho, apontado como braço direito de Beira-Mar e autor de mensagens que pediam “trégua” durante o G20.
Enquanto isso, o principal alvo da megaoperação, Edgar Alves de Andrade, o Doca, segue foragido. Considerado o responsável pela expansão do CV nas zonas Oeste e Sudoeste do Rio, ele tem uma recompensa de R$ 100 mil oferecida por informações que levem à sua captura.
A Secretaria de Administração Penitenciária do Rio informou que os presos foram colocados em isolamento em Bangu 1 até que os trâmites sejam concluídos. Já a Senappen reforçou que a transferência será executada assim que houver decisão judicial.






