O número de mortes de crianças menores de cinco anos por doenças preveníveis por vacinas cresceu 220% em 2024, segundo dados do Ministério da Saúde. Foram 48 óbitos registrados, contra 15 em 2021, terceiro ano consecutivo de alta. O aumento coincide com a queda na cobertura vacinal no país, que ainda está abaixo das metas da Organização Mundial da Saúde (OMS). Entre os bebês menores de um ano, a alta foi ainda maior, de 277% em dois anos.
A coqueluche foi a principal causa das mortes, com 21 óbitos após três anos sem registros fatais. Bebês devem receber três doses da vacina pentavalente e gestantes precisam da DTPa para proteger recém-nascidos. Além da coqueluche, outras doenças imunopreveníveis registraram óbitos, incluindo tuberculose do sistema nervoso, meningite bacteriana, difteria e caxumba, todas com vacinas disponíveis no SUS.
Juarez Cunha, diretor da SBIm, alerta que os dados oficiais ainda subestimam o problema, já que não incluem doenças como influenza e covid. Em 2024, 116 crianças de até quatro anos morreram por influenza, mas não aparecem nas estatísticas de óbitos evitáveis. A queda na cobertura vacinal foi acentuada entre 2019 e 2021, em meio à pandemia e à desinformação, e só começou a se recuperar em 2023 e 2024.
Em 2024, 17 estados e o Distrito Federal registraram mortes por falta de imunização, com Sul e Sudeste liderando os casos. São Paulo teve o maior número absoluto, com sete óbitos, seguido de Amazonas e Rio de Janeiro, com cinco cada. O levantamento reforça a necessidade urgente de vacinar crianças e gestantes para evitar novos óbitos por doenças totalmente preveníveis.






