O Senado instalou, nesta terça-feira (4/11), a CPI do Crime Organizado, uma comissão parlamentar de inquérito criada para investigar o avanço e a atuação das facções criminosas em diversas regiões do Brasil. A iniciativa pretende reforçar o enfrentamento à criminalidade, apurando temas como corrupção ativa e passiva, tráfico de drogas e armas e as condições do sistema prisional.
De acordo com o advogado criminalista Leonardo Mendonça, a criação da CPI representa um passo decisivo no combate ao crime organizado, sobretudo após as recentes operações nos Complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro. Segundo ele, a comissão pode ajudar a revelar as conexões entre facções e agentes públicos, além de propor medidas que fortaleçam as instituições.
O relator da CPI, senador Alessandro Vieira (MDB-SE), afirmou que o plano de trabalho será construído com a colaboração de outros parlamentares e priorizará ouvir profissionais de segurança. A ideia é que a comissão produza um diagnóstico detalhado sobre as estruturas que sustentam o crime organizado no país.
Entre os principais eixos da investigação estão a ocupação territorial do tráfico e das milícias, o fluxo financeiro das facções, a lavagem de dinheiro e as falhas no sistema prisional. A comissão terá prazo de dois meses para apresentar conclusões e propor soluções legislativas e operacionais.
Para Mendonça, o desafio é tratar o crime organizado além do campo policial. “A CPI pode indicar caminhos concretos para modernizar a legislação, ampliar a integração entre forças de segurança e cortar o financiamento das facções, que hoje operam também em dimensões financeira, tecnológica e territorial”, destacou o especialista.






