O Instituto Butantan já possui mais de um milhão de doses da nova vacina contra a dengue prontas para uso, segundo o diretor da instituição, Esper Kallas. O médico informou que todos os documentos necessários para o registro do imunizante já foram enviados à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e que os contratos com o Ministério da Saúde só poderão ser firmados após a autorização da agência.
Kallas explicou que o imunizante está em fase final de avaliação e poderá ser distribuído assim que a Anvisa der o aval. Nesta semana, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que a aprovação deve ocorrer ainda em 2025. Segundo ele, o governo ainda definirá os grupos prioritários para receber as primeiras doses, mas estima-se que o país precisará de cerca de 140 milhões de unidades para imunizar toda a população elegível.
O diretor do Butantan destacou que o instituto não tem capacidade de produção imediata para atender toda a demanda nacional. “São vacinas de dose única, o que facilita o processo, mas, como cada dose combina quatro sorotipos diferentes do vírus da dengue, é um processo complexo e custoso”, afirmou.
Para ampliar a produção, o Butantan firmou parceria com a empresa chinesa Wuxi Biologics, responsável por parte da fabricação. Técnicos brasileiros acompanham o processo de preparação das doses, e a planta internacional também passará por inspeção da Anvisa antes de iniciar as entregas.
A expectativa é que o imunizante não tenha impacto significativo no pico de casos de dengue previsto para o início de 2026, já que o envio das doses fabricadas no exterior deve ocorrer apenas na segunda metade do próximo ano. “Vamos tentar influenciar o cenário de 2026, mas será apertado. O volume maior deve vir a partir do meio do ano”, disse Kallas.






