Os chefes de Estado e de governo reunidos na Cúpula de Líderes da COP30, em Belém, retomam nesta sexta-feira (7) os discursos na plenária geral, em um dia marcado por debates sobre transição energética e o futuro do Acordo de Paris. Convocado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o encontro reúne 57 líderes e 143 delegações para discutir florestas, energia limpa e financiamento climático global.
Na abertura, Lula lançou oficialmente o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), com a adesão de 53 países. O fundo, que deve mobilizar cerca de R$ 625 bilhões (US$ 125 bilhões), transforma a preservação das florestas tropicais em ativo econômico, destinando ao menos 20% dos recursos a povos indígenas e comunidades locais, e proibindo investimentos em combustíveis fósseis. “É uma iniciativa inédita que recoloca os países do Sul Global no centro das soluções para o clima”, afirmou o presidente.
Nesta sexta-feira, os debates se concentram na transição energética e na revisão das metas nacionais de emissões. Os líderes devem reafirmar compromissos como triplicar a capacidade global de energias renováveis até 2030 e duplicar a eficiência energética. Outro destaque é o Compromisso de Belém pelos Combustíveis Sustentáveis (Belém 4x), liderado por Brasil, Itália e Japão, que pretende quadruplicar a produção e o uso de combustíveis sustentáveis até 2035.
O dia também marca os dez anos do Acordo de Paris. Durante a sessão final, os países discutirão o Roteiro Baku–Belém, apresentado pelas presidências do Azerbaijão e do Brasil, que propõe mobilizar US$ 1,3 trilhão anuais até 2035 para reformular o sistema financeiro climático global.
Entre os participantes estão Emmanuel Macron, Keir Starmer, Cyril Ramaphosa, Ursula von der Leyen, Jonas Gahr Støre e o Príncipe William. Já Donald Trump, Xi Jinping e Javier Milei não compareceram, e os Estados Unidos enviaram apenas uma delegação técnica. Apesar de não ter poder decisório formal, a Cúpula de Líderes da COP30 é vista como um termômetro político das negociações climáticas, ganhando simbolismo especial por ocorrer no coração da Amazônia.






