O Senado dos Estados Unidos aprovou neste domingo (9) um projeto que prevê a reabertura do governo federal e o fim do shutdown histórico, que já dura 40 dias e causou paralisação de serviços, afastamento de servidores e atrasos na assistência alimentar. O termo “shutdown” é usado no país para descrever a suspensão das atividades do governo federal quando o Congresso não aprova o orçamento ou um financiamento provisório.
Por 60 votos a 40, os senadores aprovaram um texto que já havia passado pela Câmara, mas que foi modificado para combinar uma medida de financiamento temporário — válida até janeiro de 2026 — com um pacote de três projetos de orçamento anual. O acordo, no entanto, ainda precisa ser validado pela Câmara dos Representantes antes de seguir para sanção do presidente Donald Trump.
O entendimento firmado prevê que os republicanos aceitem votar em dezembro a ampliação dos subsídios previstos na Lei de Cuidados Acessíveis (Affordable Care Act), uma das principais bandeiras dos democratas. A resolução também reverte parte das demissões em massa realizadas pelo governo Trump e assegura o financiamento por um ano do Programa de Assistência Nutricional Suplementar (SNAP).
O acordo foi intermediado pelas senadoras Maggie Hassan e Jeanne Shaheen, de New Hampshire, e por Angus King, independente do Maine. Apesar do avanço, o líder democrata no Senado, Chuck Schumer, declarou que votará contra a medida.
A paralisação do governo já dura 40 dias, impactando o funcionamento de parques, aeroportos e programas sociais. Especialistas alertam que, se a situação persistir, o crescimento econômico americano poderá ficar negativo no último trimestre do ano, especialmente se o tráfego aéreo não for normalizado até o feriado de Ação de Graças, em 27 de novembro.
O impasse orçamentário é agravado pelas pressões de Trump, que defende substituir os subsídios de saúde do Obamacare por pagamentos diretos aos cidadãos. Os republicanos, no entanto, afirmam que só tratarão do tema após a reabertura total do governo.
O secretário do Tesouro, Scott Bessent, e o senador Lindsey Graham afirmaram que a proposta de saúde de Trump não será apresentada antes da aprovação do pacote de financiamento. Já os democratas acusam o presidente de tentar enfraquecer o ACA e favorecer seguradoras privadas.
O projeto aprovado no Senado representa um passo importante para encerrar o shutdown mais longo da história dos Estados Unidos, mas o país ainda aguarda a decisão final da Câmara para que os serviços federais sejam plenamente retomados.






