A Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou, por 17 votos a 10, a recondução de Paulo Gonet ao comando da Procuradoria-Geral da República. A sabatina, realizada nesta quarta-feira (12), foi marcada por embates com a oposição e pela defesa do caráter técnico e apartidário da instituição. Agora, a indicação segue para votação no plenário, onde Gonet precisa de pelo menos 41 votos para ser confirmado no cargo até 2027.
Diferente da aprovação expressiva em 2023, o cenário político atual é mais acirrado. Gonet chega ao Senado após denunciar o ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado, o que intensificou a resistência de parlamentares ligados à oposição. Ainda assim, o procurador reafirmou seu compromisso com a independência da PGR e com o respeito às competências dos Poderes.
Durante a sabatina, Gonet negou qualquer motivação ideológica em sua atuação e afirmou que as manifestações da Procuradoria são guiadas por fundamentos jurídicos. Disse que o Ministério Público deve agir de forma sóbria, sem buscar aplausos ou exposição midiática, e destacou a importância de preservar a autonomia institucional.
O senador Flávio Bolsonaro, que havia apoiado Gonet anteriormente, votou contra sua recondução e fez duras críticas à sua gestão. Outros parlamentares da oposição questionaram sua relação com o ministro Alexandre de Moraes, acusando proximidade indevida. Gonet rebateu, afirmando que as interações entre a PGR e o TSE têm caráter administrativo, não político.
Relatada pelo senador Omar Aziz, a recondução foi defendida como um reconhecimento da postura técnica do procurador. O nome de Gonet será votado ainda nesta quarta-feira no plenário do Senado, onde o governo acredita ter o apoio mínimo necessário para mantê-lo à frente da Procuradoria-Geral da República até 2027.






