As discussões da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) enfrentam entraves em torno da aprovação da Meta Global de Adaptação (GGA). O objetivo é definir indicadores que orientem ações para fortalecer a resiliência de países diante dos impactos climáticos, mas divergências entre nações ameaçam o avanço do acordo.
A proposta de adiar a decisão final para 2027, defendida pelo Grupo Africano, preocupa diplomatas e observadores. O receio é que o adiamento atrase a criação de instrumentos concretos de adaptação, considerados urgentes diante do agravamento das crises ambientais. O Brasil, que preside a conferência, tenta garantir que o compromisso seja concluído ainda neste ano.
A embaixadora Liliam Chagas, do Ministério das Relações Exteriores, afirmou que as negociações estão na reta final após anos de trabalho técnico. Segundo ela, o cumprimento do mandato de 2025 é essencial para reforçar o multilateralismo e mostrar que o processo climático continua avançando de forma sólida e colaborativa.
Organizações da sociedade civil também acompanham o tema com apreensão. Para Flávia Martinelli, do WWF-Brasil, definir metas e indicadores é urgente para salvar vidas e recursos. “Adiar decisões sinaliza que a adaptação não é tratada com a prioridade necessária”, afirmou a especialista.
A agenda da COP30, aprovada logo no primeiro dia, mantém em aberto quatro pontos de negociação, entre eles o financiamento climático e as metas de mitigação de emissões. A presidência segue em consultas com as delegações para tentar destravar o impasse e garantir avanços até o fim da próxima semana.






