Quase 60% das comunidades quilombolas no Brasil enfrentam invasões e garimpo ilegal, segundo pesquisa inédita do Instituto Sumaúma. O estudo, lançado durante a COP30, evidencia como crises climáticas e violações de direitos humanos afetam os territórios e modos de vida dessas populações.
Mais da metade das comunidades (54,7%) relata secas extremas, enquanto 43,4% sofrem perda de plantações. O estudo denuncia o racismo ambiental, que define quem recebe investimentos e quem tem seu território invadido, dificultando a justiça climática.
O levantamento revela que 64,2% das lideranças quilombolas encontram barreiras para acessar recursos devido ao racismo estrutural. Falhas no ecossistema de filantropia e investimento social limitam projetos liderados por comunidades negras, reforçando a exclusão.
A pesquisa também destaca o protagonismo feminino e jovem entre comunicadores quilombolas, sendo 58,5% mulheres e quase 70% com idade entre 18 e 39 anos. Apesar do alto nível de escolaridade, 88% vivem com até cinco salários mínimos e enfrentam limitações de infraestrutura digital.
Mesmo com desafios, 96% usam celulares diariamente e 87% recorrem às redes sociais para mobilização. O estudo reforça a urgência de políticas públicas e financiamento antirracista, reconhecendo o papel ancestral das comunidades quilombolas na preservação dos biomas e na justiça climática.






