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Túnéis do Rio falham em requisitos básicos de segurança, aponta Crea-RJ

Apenas 15 dos 28 túneis têm ARTs em 20 anos; falhas vão de ventilação a rotas de fuga.

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Uma vistoria realizada por engenheiros do Crea-RJ reacendeu o debate sobre a segurança dos túneis cariocas. Após o incêndio no Túnel Rebouças, que travou o trânsito da cidade na semana passada, especialistas percorreram oito túneis do Rio e encontraram um cenário preocupante: estruturas sem ventilação adequada, sem recuos para veículos, sem telefones de emergência e sem sistemas eficientes de alarme, hidrantes e rotas de fuga.

O levantamento mostra que, nos últimos 20 anos, apenas 15 dos 28 túneis da cidade tiveram Anotações de Responsabilidade Técnica (ARTs) emitidas — um documento básico que registra o responsável técnico pelas obras. Treze túneis nunca tiveram uma ART sequer. Entre eles estão o da Rua Alice, de 1886; o Alaor Prata, em Botafogo; o Engenheiro Marques Porto, em Copacabana; e o José Alencar, na Grota Funda.

Segundo o presidente do Crea-RJ, Miguel Fernández, a falta de registros não significa risco iminente, mas evidencia um problema de gestão: “Os túneis são a veia da cidade. Sem manutenção contínua, o colapso é certo”. Ele destaca que, em estruturas muito antigas, a modernização completa pode ser inviável, tornando a manutenção constante ainda mais essencial.

Durante a inspeção, o pior quadro foi encontrado no Túnel João Ricardo, na Gamboa, de 1919. Escavado diretamente na rocha, ele apresenta infiltrações generalizadas, risco de erosão, fios expostos e ausência total de ventilação — mesmo após um incêndio registrado há quatro meses. O Túnel Santa Bárbara também preocupa, com danos estruturais e ventilação fora dos padrões.

Já o Rebouças, apesar do incêndio recente, apresentou boas condições visuais, embora exija ampliação do sistema de ventilação no sentido Centro. O cenário mais promissor é o da Covanca, na Linha Amarela, onde a concessionária instalou extintores, sirenes, megafonia e painéis de mensagem, e planeja hidrantes em 2026.

Especialistas defendem que a cidade avance para soluções como sensores inteligentes, ventilação automatizada e “gêmeos digitais”, que simulam incêndios e infiltrações e permitem intervenções rápidas. “Modernizar não é problema técnico; é decisão e continuidade”, afirma o professor Alexandre Landsman, da Coppe/UFRJ.

A prefeitura admite o estado crítico do Túnel João Ricardo e promete um edital emergencial. Diz ainda que monitora as galerias com mais de 120 câmeras, algumas com identificação de fumaça por inteligência artificial. Em 2022, foram investidos R$ 140 milhões em readequação de túneis, e há previsão de mais R$ 15 milhões até 2026.

O Corpo de Bombeiros, que vistoriou 25 túneis, concluiu que apenas dois — Via Binário e Marcello Alencar — estão regularizados. A fiscalização insuficiente também preocupa. Para enfrentar o problema, o vereador Pedro Duarte, com apoio do Crea-RJ, propôs a criação de laudos independentes obrigatórios a cada cinco anos.

O engenheiro Francisco Filardi lembra que parte dos problemas — como a ausência de ventilação no Zuzu Angel — são conhecidos há mais de meio século. “São decisões políticas antigas que seguimos carregando”, diz.