A linguista brasileira Valéria Chomsky negou que Noam Chomsky tenha intermediado uma ligação entre Luiz Inácio Lula da Silva e o financista Jeffrey Epstein durante visita ao ex-presidente na prisão, em 2018. Em nota enviada à CNN Brasil, ela classificou a alegação divulgada em e-mails do magnata como “infundada e mentirosa”. Segundo Valéria, Chomsky não pode se posicionar diretamente por sequelas de um AVC sofrido em 2023.
Valéria afirmou ter acompanhado todo o encontro realizado em 20 de setembro de 2018, quando ambos passaram por revista da Polícia Federal e tiveram os celulares retidos antes de entrar. Ela disse ter atuado como intérprete e que esteve ao lado dos dois durante toda a conversa. Para ela, qualquer relato sobre um telefonema mediado por Chomsky durante ou após a visita não corresponde aos fatos.
O Palácio do Planalto também negou a existência de qualquer ligação telefônica envolvendo Lula, Chomsky e Epstein. A repercussão cresceu após documentos divulgados por um comitê do Congresso dos Estados Unidos mencionarem brevemente o suposto contato. A referência aparece em um e-mail atribuído a Epstein, incluído em um conjunto com mais de 20 mil páginas.
A mensagem, registrada no arquivo 027406, contém apenas a frase “Chomsky me ligou com Lula. Da prisão. Que mundo”, sem detalhes sobre contexto ou conteúdo. Os documentos incluem trocas do financista com Ghislaine Maxwell, o escritor Michael Wolff e outros interlocutores, além de comentários sobre a eleição brasileira de 2018. Parte das mensagens sugere interesse de Epstein no cenário político do Brasil naquele ano.
Nos arquivos, um interlocutor não identificado afirma que seu candidato venceria no primeiro turno, enquanto outra linha traz a frase “Bolsonaro the real deal”. Não há, porém, elementos que confirmem que o telefonema mencionado tenha ocorrido. Para Valéria Chomsky, a citação carece de fundamento e distorce o que de fato se passou durante a visita a Lula.






