A Câmara Municipal do Rio aprovou uma lei que torna obrigatória a inclusão de conteúdos sobre liberdade religiosa nos cursos de capacitação dos jurados do Carnaval carioca. A iniciativa surge após denúncias de racismo religioso durante o julgamento das escolas de samba deste ano e busca garantir que a maior festa popular do país continue sendo um território de respeito e pluralidade.
O projeto, assinado pelo vereador Felipe Pires (PT), foi motivado pelo episódio envolvendo a Unidos de Padre Miguel, que teria sido penalizada por usar expressões em iorubá no samba-enredo. A situação reacendeu o debate sobre a presença das tradições afro-brasileiras no Carnaval e evidenciou como a intolerância religiosa ainda atravessa manifestações culturais.
Com a nova regra, os cursos preparatórios deverão abordar diversidade religiosa, direitos fundamentais e liberdade de crença, tomando como base os princípios constitucionais. A proposta reforça que o Carnaval é mais do que espetáculo: é também espaço de ancestralidade, fé e resistência. Especialistas avaliam que a medida avança na proteção dessas expressões, mas ressaltam que sua eficácia dependerá da capacitação contínua dos profissionais envolvidos.






