O home office perdeu espaço pelo segundo ano consecutivo no Brasil. Segundo edição especial da Pnad Contínua, divulgada pelo IBGE nesta quarta-feira (19), o país registrou em 2024 cerca de 6,6 milhões de pessoas trabalhando a partir do domicílio, o equivalente a 7,9% dos ocupados analisados. Em 2022, essa parcela havia alcançado 8,4% e se manteve elevada em 2023, antes de recuar para o patamar atual, sinalizando acomodação após o impacto da pandemia.
Embora em queda, o número segue acima do cenário pré-covid: em 2019, apenas 5,8% dos trabalhadores estavam nessa condição. O analista William Kratochwill lembra que o conceito inclui quem alterna a casa com espaços como coworkings. Entre os grupos analisados, as mulheres continuam predominando, representando 61,6% dos que atuam em home office, com 13% delas exercendo a atividade em casa — taxa bem superior à dos homens (4,9%).
A pesquisa destaca ainda conflitos dentro das empresas diante da redução do teletrabalho. Nubank e Petrobras registraram tensões internas ao tentar ampliar o presencial, resultando em protestos e demissões. O levantamento também detalha onde o brasileiro trabalha: 59,4% atuam em estabelecimentos próprios, 14,2% em locais designados pelo empregador e 8,6% em áreas rurais. Já o grupo que trabalha em veículos automotores cresceu de 3,7% em 2012 para 4,9% em 2024, impulsionado por aplicativos de transporte e serviços sobre rodas. A desigualdade de gênero é marcante: só 5,4% desse contingente é composto por mulheres.






