Espaços de consumo e de trabalho são os locais onde o racismo é mais evidente em pelo menos dez capitais do país. A pesquisa “Viver nas Cidades: Relações Raciais”, divulgada nesta quinta-feira pelo Instituto Cidades Sustentáveis, em parceria com a Ipsos-Ipec, aponta que os moradores dessas grandes cidades percebem a discriminação de maneira mais clara em shoppings e outros estabelecimentos comerciais, ambientes seguidos pelo trabalho, por ruas e espaços públicos de convivência.
O levantamento obteve respostas de 3.500 pessoas, via painel online, em Belém, Belo Horizonte, Fortaleza, Goiânia, Manaus, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo, para verificar a percepção dos moradores sobre a discriminação racial em suas cidades e medidas para combatê-la.
Os pesquisadores perguntaram aos internautas que três lugares, pensando no acesso e no atendimento dos diversos serviços, acreditavam haver mais diferença no tratamento de pessoas negras e pessoas brancas. Do total, 57% citaram os estabelecimentos comerciais entre as três opções, como shoppings, lojas, cinemas, restaurantes, bares, mercados e farmácias.
Segundo a pesquisa, 10% da população das dez cidades afirmou não existir diferença no tratamento entre negros e brancos. Outros 12% não souberam responder.
Depois dos estabelecimentos comerciais, os lugares mais citados foram o trabalho (44%), incluindo processos de seleção, dia a dia e promoção profissional; e as ruas e os espaços públicos de convivência (31%), como parques e praças. Na sequência, vêm as escolas, faculdades e universidades (29%), o transporte público (16%) e os hospitais e postos de saúde (15%).






