O crescimento dos discursos de ódio e seus efeitos na vida da população LGBTI+ marcou os debates do seminário “Movimentos Sociais LGBTI+ e Democracia: Construindo Novos Presentes”, realizado durante dois dias na Assembleia Legislativa do Rio. Pesquisadores, ativistas e representantes públicos compartilharam diagnósticos e experiências do Brasil e da Argentina.
A mesa de abertura contou com o deputado Carlos Minc, que ressaltou a importância da troca entre países e lembrou iniciativas como o programa Rio Sem LGBTFobia. Para ele, a articulação entre diferentes movimentos fortalece ações de proteção e consolida práticas que já são referência no atendimento à população.
Um dos destaques do encontro foi a análise do antropólogo Sérgio Carrara, da Uerj, que apontou o discurso de ódio como um dos maiores desafios atuais. Ele explicou que essas narrativas, muitas vezes sustentadas por fake news e teorias pseudocientíficas, negam a existência de pessoas LGBTI+ e impactam diretamente instituições e políticas públicas.
O advogado Carlos Nicodemos, representante do Grupo Arco-Íris e do Conselho Nacional dos Direitos Humanos, apresentou resultados de uma relatoria sobre extremismo. Segundo ele, o Brasil ainda carece de uma política nacional para enfrentar discursos de ódio, e respostas eficazes dependem de ações estruturadas nas áreas de cultura e educação.
A situação na Argentina também entrou em pauta. O pesquisador Pascual Scarpino mostrou dados que apontam aumento expressivo nos crimes de ódio em 2025, especialmente contra pessoas trans. Ele destacou desigualdades no mercado de trabalho, dificuldades no acesso à saúde e episódios recorrentes de violência em espaços públicos, reforçando a urgência de políticas integradas.






