O ex-presidente Jair Bolsonaro admitiu a policiais penais da Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seap-DF) que manipulou a tornozeleira eletrônica durante a madrugada deste sábado (22). A confirmação consta no relatório preliminar enviado à Polícia Federal e ao ministro Alexandre de Moraes, que decretou a prisão preventiva horas depois. As informações foram publicadas pela jornalista Malu Gaspar, em O Globo.
De acordo com o documento, o equipamento emitiu às 00h08 um “alerta de integridade”, o mais grave entre os sistemas de monitoramento. Investigadores explicam que esse tipo de aviso só ocorre quando há risco físico ao dispositivo — falhas elétricas ou bateria baixa acionam alertas diferentes.
Agentes foram à casa e ouviram a confirmação do ex-presidente
Após o disparo do alerta, agentes da Seap se dirigiram à residência de Bolsonaro, em Brasília, onde ele confirmou ter mexido no equipamento. Informações preliminares sugeriam o uso de solda elétrica, enquanto a defesa inicialmente levantou a possibilidade de um corte com faca aquecida. Às 01h08, a tornozeleira danificada foi substituída.
Perícia será realizada pelo Instituto Nacional de Criminalística
O dispositivo violado foi encaminhado ao Instituto Nacional de Criminalística (INC), da Polícia Federal, que fará uma perícia para determinar se houve tentativa real de rompimento e de que forma ela ocorreu. O laudo orientará os próximos passos da investigação.
Decisão de prisão e possível local de custódia
Antes de Moraes decretar a prisão preventiva, autoridades do Distrito Federal discutiam a possibilidade de manter Bolsonaro no 19º Batalhão da Polícia Militar — o “Papudinha” — por estar dentro do complexo penitenciário, mas separado da massa carcerária.
A determinação ocorreu horas após o país registrar manifestações de apoiadores e críticos, em meio à forte repercussão da recente condenação do ex-presidente a 27 anos por conspiração golpista, definida pelo STF em setembro.






