Na véspera da 2ª Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem-viver, a ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, destacou a necessidade de ampliar a presença feminina em todos os setores da sociedade. Segundo ela, é preciso combater a ideia de que mulheres, especialmente negras, devem ocupar apenas papéis subalternos, promovendo o protagonismo em diversas áreas.
Durante o seminário promovido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a ministra ressaltou a importância da participação das mulheres na política e em espaços de poder. Ela afirmou que, apesar das cotas de 30% exigidas por lei, muitos partidos não respeitaram a regra em mais de 700 municípios nas eleições de 2024, evidenciando a necessidade de fiscalização e incentivo à igualdade.
Macaé Evaristo lembrou que as mulheres representam 53% da população brasileira e defendeu que essa proporção se reflita nas assembleias legislativas, no Congresso e em cargos públicos e no Judiciário. Ela também destacou a relevância do financiamento público de campanha para ampliar a presença feminina na política e permitir igualdade de oportunidades.
A ministra compartilhou sua trajetória profissional, reforçando que a ideia de “carreira meteórica” para mulheres é equivocada. Com 60 anos, Evaristo percorreu mais de 20 anos como professora, diretora e assessora pedagógica antes de ser eleita vereadora, deputada e finalmente ministra, ressaltando a necessidade de reconhecer trajetórias femininas de longo prazo.
Ao final, a ministra enfatizou a importância da Marcha das Mulheres Negras como mobilização em defesa da dignidade, do bem-viver e de uma sociedade em que mulheres não sejam vítimas de violência doméstica. A jornalista Cibele Tenório destacou a contribuição histórica das mulheres negras na conquista do voto feminino no Brasil, citando a liderança de Almerinda Gama.






