A ONU divulgou que a violência contra mulheres e meninas se manteve em nível crítico em 2024, com cerca de 50 mil vítimas assassinadas por parceiros íntimos ou familiares. O dado representa uma morte a cada 10 minutos e reforça que o feminicídio continua sendo um fenômeno estrutural e persistente em todas as regiões do mundo.
O estudo, apresentado pelo Unodc e pela ONU Mulheres, destaca que 60% das 83 mil mulheres assassinadas globalmente morreram pelas mãos de pessoas próximas. Entre homens vítimas de homicídio, apenas 11% foram mortos por alguém da família, o que evidencia a desigualdade de gênero na letalidade dentro do lar.
Segundo a ONU, a leve queda numérica em relação a 2023 não indica melhora real. A organização aponta que a oscilação está ligada à qualidade desigual dos dados, não a uma redução efetiva dos casos. Para os autores, o feminicídio não apresenta tendência consistente de queda e exige respostas mais eficientes dos sistemas de justiça.
A África aparece como o continente com maior número absoluto de feminicídios, registrando 22 mil mortes em 2024. Desigualdades estruturais, instabilidade política e fragilidades nos sistemas de proteção são apontados como fatores que alimentam os índices elevados na região.
O relatório também alerta para o papel crescente da tecnologia nas dinâmicas de violência de gênero. Imagens íntimas divulgadas sem consentimento, perseguição virtual e uso de deepfakes ampliam riscos para mulheres e meninas, reforçando a necessidade de políticas públicas que atuem tanto no ambiente digital quanto no presencial.






