O ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, foi preso pela Polícia Federal na tarde desta terça-feira (25/11), em Brasília. Condenado a 24 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado, ele foi localizado no escritório de seu advogado, no Lago Sul, após não ser encontrado em sua residência no Jardim Botânico.
Segundo a PF, Torres será encaminhado para cumprir a pena no 19º Batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal, o Papudinha. A prisão ocorre no mesmo dia em que o Supremo Tribunal Federal declarou o trânsito em julgado do processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros réus do núcleo considerado central na articulação golpista.
A operação desta terça também atingiu outros ex-integrantes do governo Bolsonaro. Os generais Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira foram alvos de mandados de prisão e devem ser custodiados no Comando Militar do Planalto. O almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha, também foi detido em Brasília, ampliando o alcance da ação.
Antes da prisão, Torres havia solicitado ao STF autorização para cumprir pena em unidades da Polícia Federal ou no Batalhão de Aviação Operacional da PM do DF, alegando quadro de depressão tratado desde 2023 e uso contínuo de medicação. A defesa afirmou que sua condição inviabilizaria a custódia em presídio comum, por risco à integridade física e psicológica.
A condenação de Torres levou em conta sua atuação no Ministério da Justiça após as eleições de 2022, quando, segundo o STF, ele articulou ações da Polícia Rodoviária Federal para dificultar o acesso de eleitores às urnas. Também pesou a omissão durante os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 e a minuta de decreto encontrada em sua casa, considerada evidência de uma tentativa de intervenção irregular no processo eleitoral.






