Mesmo proibido de votar nas sessões da Câmara, Eduardo Bolsonaro conseguiu registrar votos em uma sessão conjunta do Congresso Nacional nesta quinta-feira. A participação ocorreu pelo sistema e-Cédula, que funciona de forma separada do Infoleg, bloqueado para ele desde agosto. O deputado mora nos Estados Unidos e tenta exercer o mandato à distância desde o início do ano.
A restrição da Câmara foi reforçada nesta semana, após decisão do presidente Hugo Motta, que proibiu parlamentares de votar remotamente quando estiverem fora do país, salvo em missão oficial. A medida reacendeu o debate após Alexandre Ramagem ter participado de votação mesmo estando no exterior. Eduardo, no entanto, permanece com acesso impedido apenas ao sistema interno da Casa.
No Congresso, a dinâmica é diferente. Deputados e senadores podem votar simultaneamente em vários vetos usando login e senha. Assim, Eduardo acompanhou a orientação do PL e registrou seus votos na análise dos vetos ao novo licenciamento ambiental e ao programa de refinanciamento de dívidas dos estados. Apesar disso, sua presença não foi registrada pelos sistemas da Câmara e do Senado.
Enquanto isso, outros deputados do PL que também estão fora do país, como Carla Zambelli e Ramagem, apareceram como ausentes na votação. Técnicos das duas Casas afirmaram que o e-Cédula funciona de forma independente e não sofre bloqueios aplicados aos sistemas internos. A Câmara ainda não respondeu sobre o registro de votos de Eduardo na sessão conjunta.
O deputado segue sob risco de perder o mandato por excesso de faltas. Desde agosto, quando reassumiu após uma licença, ele acumula 52 ausências em 67 sessões. Pela Constituição, o parlamentar pode perder o mandato se faltar a um terço das sessões no ano. A análise, porém, só deve ocorrer em 2026, seguindo o calendário interno da Câmara.






