A dívida do Grupo Refit com o Estado do Rio de Janeiro chega a R$ 10 bilhões em ICMS, valor equivalente ao orçamento anual das polícias Civil e Militar. A informação foi divulgada pela Receita Federal nesta quinta-feira (27), durante a megaoperação Poço de Lobato, que apura um esquema bilionário de fraude fiscal no setor de combustíveis.
O grupo, dono da antiga refinaria de Manguinhos, integra uma investigação que já identificou R$ 26 bilhões em débitos com os cofres públicos. Segundo a Receita, o tamanho da dívida mostra que o combate ao crime precisa alcançar estruturas financeiras que impactam diretamente a segurança pública. A operação cumpriu mais de 190 mandados em cinco estados, incluindo ações na sede da empresa, na Avenida Brasil.
As autoridades bloquearam R$ 8,5 bilhões em bens ligados a cerca de 50 pessoas físicas e jurídicas. De acordo com os órgãos envolvidos, a Refit movimentou mais de R$ 70 bilhões em um ano, usando fundos de investimento, empresas próprias e 15 offshores nos Estados Unidos para dissimular lucros e reduzir encargos tributários.
A Receita afirma que o dinheiro circulava por holdings e offshores antes de retornar ao país com aparência de legalidade, escapando da tributação brasileira e americana. Entre as manobras identificadas estão contratos de mútuo que podem se transformar em investimentos, além de operações financeiras que dificultavam a identificação dos beneficiários reais.
O empresário Ricardo Magro segue como o principal nome associado ao grupo. Ele enfrenta investigações desde 2008, quando adquiriu a refinaria, e voltou ao radar das autoridades nos últimos anos, sendo citado na Operação Carbono Oculto por suposta ligação com o PCC no mercado de combustíveis.






