A morte da cadelinha Pretinha, baleada por criminosos em Rocha Miranda, reacendeu o alerta sobre a violência contra animais no Rio. A vira-lata foi atingida nas costas quando traficantes davam um “corretivo” em um homem e acabou incomodando o grupo. Apesar da cirurgia, ela não resistiu e morreu na manhã seguinte.
Moradores relataram que Pretinha estava na porta de casa quando foi alvejada. Segundo o Hospital São Francisco de Assis, ela chegou em estado crítico, com fratura na pata. Para o secretário municipal de Proteção e Defesa dos Animais, Luiz Ramos Filho, a cidade vive um cenário em que nem pessoas, nem animais estão seguros.
Desde setembro, a rede veterinária municipal já recebeu 12 animais baleados. Somente em novembro, quatro casos foram registrados, três deles em um único fim de semana. Para tentar enfrentar a situação, a secretaria passou a registrar todas as ocorrências envolvendo armas de fogo e encaminhá-las à Polícia Civil.
Casos recentes reforçam a gravidade do problema. Hércules, um pitbull encontrado no Centro, sobreviveu após ser baleado. Bob, também pitbull, morreu depois de ser atingido a tiros e facadas no Complexo do Alemão. Já Aurora, uma vira-lata caramelo, foi ferida por bala perdida enquanto estava no quintal de casa em Irajá.
Para o secretário, o padrão de brutalidade tem aumentado. Ele afirma que maltratar animais é crime com pena de dois a cinco anos, mas que a violência generalizada dificulta o controle das agressões. “A crueldade está fora de qualquer limite, e precisamos reforçar a consciência de que isso leva à prisão”, disse.






