A defesa do general Augusto Heleno enviou uma nova manifestação ao Supremo Tribunal Federal para esclarecer informações sobre o estado de saúde do ex-ministro do GSI. Os advogados afirmam que o diagnóstico de Alzheimer ocorreu apenas no início de 2025, contrariando o laudo do Exército que apontava para 2018. O esclarecimento foi encaminhado após pedido de documentação feito pelo ministro Alexandre de Moraes.
O general, condenado a 21 anos de prisão pelo envolvimento no plano de golpe de 2022, cumpre pena desde o dia 25 no Comando Militar do Planalto. Seu advogado, Matheus Milanez, alega que a doença neurodegenerativa, somada à idade avançada, torna necessária a prisão domiciliar humanitária. A solicitação ganhou força após parecer favorável do procurador-geral da República, Paulo Gonet.
A divergência sobre o ano do diagnóstico tornou-se ponto central na análise do caso. A defesa sustenta que, em 2018, Heleno apenas passou por acompanhamentos médicos e psiquiátricos, mas sem confirmação da doença. Segundo os advogados, a informação equivocada teria surgido durante o exame de corpo de delito, quando o general não teria condições de detalhar marcos temporais por causa do próprio quadro clínico.
Moraes determinou que a defesa apresente, em cinco dias, todos os documentos médicos desde 2018, incluindo relatórios, laudos e nomes dos profissionais responsáveis pelo acompanhamento. O ministro também questionou por que o suposto diagnóstico não foi informado enquanto Heleno ocupava o comando do GSI, período que coincide com o apontado no laudo. A defesa respondeu que não havia diagnóstico a ser comunicado.
Os advogados afirmaram ainda que o estado de saúde influenciou o comportamento do general durante o interrogatório, motivo pelo qual respondeu apenas às perguntas da defesa. Na manifestação enviada ao STF, reiteraram o pedido de urgência para a concessão da prisão domiciliar, alegando que o tratamento adequado não pode ser garantido em ambiente militar.






