A cidade do Rio registrou o menor índice de contaminação por HIV/Aids em 11 anos, segundo boletim epidemiológico divulgado nesta segunda-feira pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS). A taxa de detecção caiu para 29,6 casos por 100 mil habitantes acima de 13 anos — o melhor resultado desde o início da série histórica, em 2014. A publicação marca o Dia Mundial da Luta contra a Aids, celebrado em 1º de dezembro, e abre oficialmente a campanha Dezembro Vermelho, que levará ações especiais de prevenção e testagem às unidades de saúde.
Produzido pela Subsecretaria de Promoção, Atenção Primária e Vigilância em Saúde, o estudo mostra uma queda expressiva em relação ao ano passado, quando o índice era de 41,4 casos por 100 mil habitantes. A redução reflete a ampliação dos serviços de prevenção oferecidos nas clínicas da família e centros municipais de saúde, especialmente da profilaxia de pré-exposição (PrEP), que cresceu de 1.305 usuários em 2021 para 22.025 em 2025.
O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, celebrou o avanço, mas reforçou a necessidade de atenção contínua. Ele destacou que a prevenção combinada, a testagem e o tratamento adequado continuam sendo fundamentais para conter a transmissão e combater o estigma.
Outros indicadores também tiveram melhora significativa. A positividade dos testes caiu para 0,9%, o menor nível da década. A mortalidade atingiu 357 óbitos em 2025 — o menor número da série histórica — e a transmissão vertical registrou apenas dois casos neste ano, contra 23 em 2014. Atualmente, 45.098 pessoas vivem com HIV e são acompanhadas pela Atenção Primária, e 93% dos exames de carga viral mostram resultado indetectável.
O subsecretário Renato Cony avaliou que os números representam uma mudança importante na trajetória do HIV/Aids no município, reforçando a integração entre vigilância, atenção primária e políticas de prevenção.
As ações do Dezembro Vermelho incluem o Dia D, no sábado, 13, quando todas as unidades de Atenção Primária estarão abertas das 8h às 17h para testagem rápida, vacinação, distribuição de preservativos e atendimento a quem não consegue ir durante a semana. Haverá também atividades em praças e parques, além do incentivo ao autoteste de HIV.
A rede municipal segue oferecendo PrEP, preservativos, gel lubrificante e a profilaxia pós-exposição (PEP), indicada após situações de risco, com início do tratamento imediato em hospitais, UPAs ou clínicas da família.
Para o coordenador de Prevenção em Saúde, Carlos Tufvesson, os resultados refletem décadas de mobilização e a consolidação de políticas públicas específicas. Ele reforça que qualquer pessoa pode procurar uma clínica da família, independentemente da unidade onde é cadastrada, para acessar métodos de prevenção e tratamento.






