O prefeito Eduardo Paes abandonou a articulação que buscava unir a direita fluminense em torno de sua candidatura ao governo do Rio. No Seminário Esfera Rio 2025, ele adotou postura crítica contra o governador Cláudio Castro e classificou como “jogo de empurra” as tentativas do governo estadual de responsabilizar o presidente Lula pelo avanço da violência no estado. A fala marcou a ruptura definitiva entre os dois.
A mudança ocorre um mês após a megaoperação policial nos complexos da Penha e do Alemão, que deixou 122 mortos e provocou impactos políticos nacionais. Paes, até então cauteloso, decidiu se posicionar publicamente e afirmou que a segurança pública é responsabilidade dos estados, não do governo federal. O discurso o aproximou do Palácio do Planalto e reforçou a defesa do presidente Lula diante das críticas do PL.
Nos últimos dias, inserções do PSD na TV e no rádio reforçaram a estratégia ao destacar segurança pública como eixo central da campanha. A sigla evitou expor diretamente o prefeito, escalando Pedro Paulo e Renan Ferreirinha para tratar do tema. O movimento indica que o partido pretende disputar o governo estadual, apesar da promessa antiga de Paes de não deixar a prefeitura antes de 2026.
O distanciamento também abre nova frente de disputa com o PL, que tenta preservar o protagonismo na pauta da segurança. Após ganhar visibilidade com a megaoperação, Castro recuperou apoio político e passou a avaliar nomes ligados à área para a sucessão em 2026. Mesmo assim, aliados admitem que a direita ainda não tem um candidato competitivo capaz de enfrentar o prefeito nas urnas.
Enquanto isso, a prefeitura tenta ocupar espaço no debate com a criação da Força Municipal de Segurança, núcleo armado ligado à Guarda Municipal que deve começar a atuar em 2026. Com o PSD disposto a transformar a segurança em bandeira própria, o cenário eleitoral permanece em aberto e tende a intensificar a disputa entre Paes e Castro nos próximos meses.






