Um relatório da Abin mostra que o Terceiro Comando Puro (TCP) deixou de ser uma facção restrita ao Rio para se tornar a terceira maior força do crime organizado no Brasil. Marcado pelo uso de símbolos religiosos, o grupo ganhou projeção após criar, em 2020, o Complexo de Israel, na zona norte carioca, e expandiu seus territórios nos últimos anos.
A agência aponta que o TCP já atua em nove estados, com avanço expressivo no Ceará, onde símbolos como estrela de Davi e frases religiosas surgiram em áreas dominadas. A expansão ocorreu após aliança com o GDE, que enfraqueceu após a prisão de lideranças e abriu espaço para a chegada da facção a novas regiões.
A disseminação do grupo tem provocado episódios de violência, sobretudo no Nordeste, com fechamento de escolas, ataques e denúncias de intolerância religiosa. Moradores de cidades como Maracanaú relatam medo constante e restrições impostas por criminosos, enquanto a Polícia Civil investiga ameaças a terreiros de umbanda.
Pesquisadores afirmam que o uso de referências pentecostais se tornou parte da identidade do TCP, reforçando o chamado “narcopentecostalismo”. A combinação entre desigualdade, presença evangélica crescente nas prisões e conflitos com o Comando Vermelho alimenta o cenário de risco e preocupa autoridades de segurança.






