Uma pesquisa inédita da Coppe/UFRJ mostra que a lentidão do transporte público tem levado muitos cariocas a substituir ônibus por motocicletas, próprias ou de aplicativo. Apesar do temor declarado por boa parte dos usuários, a agilidade das motos continua sendo determinante para essa escolha.
Segundo o levantamento, 78% dos motociclistas afirmam que voltariam ao ônibus se as viagens fossem mais rápidas. Mesmo com 57% relatando sensação de vulnerabilidade — e parte tendo vivido acidentes —, a moto permanece como solução pela economia de tempo no trajeto diário.
A disposição para migrar novamente ao coletivo aumenta em cenários de redução do tempo de viagem. Muitos aceitariam retornar com apenas cinco minutos a menos no percurso, enquanto outros considerariam a mudança se o trajeto fosse equivalente ao da moto. No total, 98% dizem estar abertos a trocar de modal.
O estudo revela ainda que a maioria dos deslocamentos de moto é curta, até 20 minutos, com gasto de no máximo R$10 por trecho. A procura é maior entre moradores da Baixada, do Leste Fluminense e da Zona Norte, regiões marcadas por transporte público lento ou irregular.
Os pesquisadores defendem que políticas de priorização do transporte coletivo são essenciais para reverter o quadro, incluindo corredores exclusivos, maior regularidade e integração entre modais. A pesquisa será apresentada no evento Rio de Transportes, no Museu do Amanhã.






