A Basílica Santuário de Nossa Senhora da Penha acaba de ganhar novo status no cenário turístico da capital fluminense. O prefeito Eduardo Paes sancionou a Lei nº 9.193/2025, que inclui oficialmente o templo no Guia Oficial e no Roteiro Turístico e Cultural do Município do Rio de Janeiro. A medida foi comunicada ao presidente da Câmara Municipal, vereador Carlo Caiado, com base no Projeto de Lei nº 791/2025, de autoria dos vereadores Diego Faro, Rocal e Vera Lins.
Situada no topo de um penhasco no bairro da Penha, zona norte da cidade, a igreja — hoje Basílica Santuário Mariano Arquidiocesano — é um dos templos religiosos mais emblemáticos do Rio. Sua história remonta a 1635, quando o Capitão Baltazar de Abreu Cardoso, fidalgo português e proprietário das terras da região, ergueu uma pequena capela em homenagem à Nossa Senhora do Rosário após um episódio considerado milagroso.
Segundo a tradição oral, Baltazar costumava subir ao penhasco para observar sua propriedade. Durante uma dessas visitas, ao repousar sob uma árvore, viu-se prestes a ser atacado por uma cobra. Ao clamar “Valei-me, Nossa Senhora”, um lagarto — predador natural da serpente — surgiu e atacou o animal, salvando o capitão. Em retribuição, ele construiu a primeira capela no alto do penhasco. Com a expansão da devoção, a invocação passou a ser associada a Nossa Senhora da Penha, tradição trazida de Portugal e originalmente ligada à Espanha.
Ao longo do tempo, a igreja se consolidou como lugar de peregrinação e devoção popular. Em 1728, a construção foi entregue à recém-criada Venerável Irmandade de Nossa Senhora da Penha de França, que assumiu sua administração. Já em 1870, a antiga capela foi demolida para dar lugar a um novo templo, ampliado e remodelado em diferentes etapas. A mais significativa delas ocorreu entre 1900 e 1902, quando foram incorporados elementos arquitetônicos que permanecem até hoje e definem a identidade visual do santuário.
Com a sanção de Paes, o templo passa a integrar oficialmente o material turístico do município, reforçando sua importância histórica, cultural e religiosa. A Basílica poderá agora aparecer em roteiros institucionais, mapas, plataformas digitais e campanhas voltadas ao turismo carioca — ampliando sua visibilidade e atraindo visitantes interessados tanto na fé quanto na história da cidade.






