A liberdade de imprensa no Brasil registrou um avanço significativo no último ano. O novo ranking global da ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF) mostra que o país saltou da 82ª para a 63ª posição em 2025 — uma melhora de 19 colocações. Desde 2022, último ano da gestão Bolsonaro, o Brasil já subiu 47 posições, deixando para trás um dos momentos mais tensos para a imprensa no período recente. A RSF atribui parte desse progresso à normalização das relações entre governo federal e veículos de comunicação, destacando que o clima de hostilidade deu lugar a um ambiente mais estável para o trabalho jornalístico.
Apesar disso, o relatório aponta problemas ainda preocupantes. A violência contra jornalistas segue presente em várias regiões, especialmente onde há atuação de facções criminosas ou conflitos políticos locais. Também cresce a pressão exercida por campanhas de desinformação, que continuam alimentando ataques virtuais e dificultando o trabalho de quem vive de apurar fatos. Para a ONG, esses desafios exigem respostas mais firmes para consolidar a recuperação da liberdade de imprensa no país.
Enquanto o Brasil melhora, o cenário mundial se torna mais grave. A China aparece como a “maior prisão aberta de jornalistas”, com 121 profissionais detidos. A guerra em Gaza elevou drasticamente o número de mortes: Israel é apontado pela RSF como responsável por 43% dos assassinatos de jornalistas no último ano. México, Ucrânia e Sudão também seguem como regiões de alto risco. Ao todo, 503 jornalistas estão presos no mundo, e 67 foram mortos entre dezembro de 2024 e dezembro de 2025. A RSF alerta que ataques diretos a profissionais da informação estão se tornando uma prática comum — e pede ações urgentes de governos para proteger quem trabalha para informar a sociedade.






