Considerado um dos maiores desafios de infraestrutura do país, o projeto de transformação da Serra das Araras avança em ritmo acelerado e já se aproxima da metade da execução física. A intervenção, conduzida pela RioSP — empresa do grupo Motiva — no trecho mais crítico da Via Dutra, promete redefinir mobilidade, segurança e logística no principal corredor rodoviário brasileiro.
O contrato com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) estabelece a entrega da pista de subida em fevereiro de 2028 e da pista de descida em fevereiro de 2029. Mas o andamento supera expectativas: com incremento de recursos, equipes e maquinário, a concessionária trabalha para entregar todo o complexo no primeiro trimestre de 2027.
“Temos um planejamento estratégico para entregar em 2027. Estamos desenvolvendo engenharia, otimizando soluções e garantindo qualidade e segurança”, afirmou Virgilius Morais, gerente de Engenharia e Obras da RioSP.
Com investimento estimado em R$ 1,5 bilhão, o projeto prevê a construção de 24 viadutos, duas rampas de escape na descida, melhorias em 14 acessos e uma via marginal no sentido São Paulo. O trecho requalificado, entre Piraí e Paracambi, terá 16 quilômetros — oito em cada sentido — com 93 contenções e três passarelas. Por ali circulam mensalmente cerca de 390 mil veículos, reforçando a importância da obra para o transporte nacional.
Quando concluído, o conjunto de viadutos formará as novas pistas de subida e descida, que substituirão o atual traçado da pista de subida. A pista antiga de descida, marcada por curvas sinuosas e histórico de acidentes, será dedicada ao tráfego local ou usada em contingências. O impacto previsto é direto: redução de 25% no tempo de subida e até 50% na descida, com reflexos imediatos na segurança e no custo operacional do transporte de cargas.
Para cumprir o cronograma antecipado, cerca de 2.500 trabalhadores atuam dia e noite. Todo o parque industrial está instalado na própria serra: centrais de brita, concreto, asfalto, solo e o pátio de pré-moldados, onde são produzidas as vigas dos 24 viadutos — 14 na subida e 10 na descida. Mais de 150 já foram lançadas e 270 fabricadas, de um total de 490.
A primeira entrega parcial está prevista para o primeiro trimestre de 2026, com quatro quilômetros da pista de subida, entre os viadutos S1 e S8. No total, 34 frentes de trabalho atuam simultaneamente em fundações, contenções, terraplenagem e fabricação de estruturas. A terraplenagem já alcançou 75% e inclui mais de 250 detonações controladas, todo o material rochoso reaproveitado posteriormente.
As novas pistas terão quatro faixas, acostamentos e faixa de segurança. Durante a semana, o trecho segue com interdições diárias das 13h às 15h para garantir a segurança nas detonações, com apelo da concessionária para a colaboração dos motoristas.
Além do avanço físico, a obra se destaca pelas práticas ambientais. Entre as medidas estão o reaproveitamento integral do material rochoso, uso de RAP (material asfáltico reciclado), proteção de cursos d’água, preservação de vegetação nativa e programas voltados à fauna da região. São 62 condicionantes ambientais monitoradas pelo INEA.
“É uma obra essencial para o país. Estamos num trecho por onde passa 50% do PIB do Brasil. Com 20 meses de execução, alcançamos 56% de avanço físico”, destacou Virgilius, reforçando a meta de antecipar a entrega e oferecer uma Serra das Araras mais moderna, segura e eficiente.






