A Polícia Federal deflagrou, nesta quinta-feira, a Operação Apócrifo para desmontar um esquema de desvio de valores que deveriam ser pagos em alvarás judiciais da Justiça do Trabalho. Segundo as investigações, aproximadamente R$ 15 milhões foram retirados indevidamente entre 2022 e 2025 por meio da inclusão fraudulenta de pessoas que não faziam parte dos processos.
A ação cumpriu sete mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos investigados, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, e em Valença, no Sul do estado. A PF apura tanto a atuação de quem executava o golpe quanto de possíveis beneficiários que teriam recebido parte dos valores desviados.
De acordo com a Polícia Federal, o mecanismo da fraude era simples e, ao mesmo tempo, sofisticado: nomes de terceiros eram inseridos como supostos beneficiários de ações trabalhistas, autorizando o saque de quantias que pertenciam a trabalhadores ou empresas. Um servidor da própria Justiça do Trabalho foi identificado como o responsável por viabilizar o golpe e se tornou alvo principal da operação.
O inquérito começou depois que o Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região detectou pagamentos suspeitos de alvarás. Ao perceber indícios de envolvimento de servidores, o tribunal encaminhou os dados à PF, que aprofundou a apuração até reunir provas para deflagrar a operação.
Os investigados poderão responder por peculato e inserção de dados falsos em sistemas de informação. A Delegacia da PF em Nova Iguaçu seguirá analisando documentos e mídias apreendidas para verificar se o esquema tinha ramificações maiores e rastrear o destino final dos valores desviados.






