Novas fotos do espólio do financista Jeffrey Epstein, divulgadas nesta sexta-feira (12) pelos democratas do Comitê de Supervisão da Câmara dos Estados Unidos, mostram figuras políticas e empresariais como o presidente Donald Trump, o ex-presidente Bill Clinton e o bilionário Bill Gates. Segundo o comitê, as 19 imagens fazem parte do patrimônio de Epstein e reforçam a rede de conexões que o magnata manteve por décadas com pessoas influentes.
Entre as fotos, uma mostra o que parece ser uma tigela cheia de preservativos com uma caricatura de Trump, identificada por uma placa com o preço de US$ 4,50 e a frase “Eu sou ENORME!”. Outra imagem traz Trump ao lado de seis mulheres, cujos rostos foram editados. Também há fotos de Steve Bannon, ex-conselheiro de Trump, posando no espelho com Epstein, além de registros de Clinton com Epstein e Ghislaine Maxwell, e de Gates ao lado do ex-príncipe Andrew. Figuras como Larry Summers e o advogado Alan Dershowitz também aparecem.
Nenhuma das imagens mostra má conduta sexual ou retrata menores de idade. O comitê afirma não haver informações sobre datas, locais ou fotógrafos. As fotos foram entregues como parte da investigação em andamento, que já tornou públicos dezenas de milhares de documentos, e-mails e registros ligados ao espólio de Epstein.
Em carta enviada na quinta-feira (11), advogados do espólio disseram que revisaram fotos e vídeos produzidos entre 1990 e 2019 em propriedades usadas por Epstein. Eles afirmaram ter feito apenas “edições mínimas”, limitadas à remoção de nudez.
Para o deputado Robert Garcia, líder democrata no comitê, o novo lote de documentos contém “mais de 95 mil fotos”, incluindo registros de homens influentes que conviveram com Epstein. “Chegou a hora de acabar com esse acobertamento da Casa Branca e fazer justiça às vítimas”, disse. Ele também pediu que o Departamento de Justiça divulgue todos os arquivos.
Republicanos reagiram, acusando os democratas de “selecionar fotos a dedo” para construir uma narrativa contra Trump. Um porta-voz do comitê afirmou que “nada nos documentos demonstra irregularidade” e classificou as divulgações como “vergonhosas”.
A CNN informou ter procurado a Casa Branca e representantes de Bannon, Clinton, Gates, Alan Dershowitz, Richard Branson, Larry Summers e Andrew Mountbatten-Windsor.
Clinton, que nunca foi alvo de acusações formais relacionadas a Epstein, afirma que cortou relações com o financista antes da prisão dele em 2019. Representantes de Gates reiteraram que Epstein nunca trabalhou para ele e que o bilionário lamenta ter se encontrado com o magnata. Trump, por sua vez, tem histórico de convivência com Epstein em círculos sociais de Manhattan e Palm Beach, mas nunca foi acusado de crime. Ele e sua equipe afirmam que o ex-amigo foi banido de Mar-a-Lago por tentar recrutar jovens mulheres.
E-mails divulgados pelo comitê mostram Epstein mencionando Trump diversas vezes ao longo dos anos, às vezes oferecendo impressões pessoais sobre o então político. A Casa Branca classificou as revelações como “farsa”.
Outros associados de Epstein enfrentaram repercussões nos últimos anos. Larry Summers deixou o ensino em Harvard e renunciou ao conselho da OpenAI, afirmando estar “profundamente envergonhado” pela relação com o magnata. Andrew Mountbatten-Windsor abriu mão de seus títulos reais, negando qualquer conduta imprópria.






